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As ações da Oracle caíram 13,1%, para US$ 193,80 (R$ 1.044,58), por volta das 10h45 (horário da Costa Leste dos EUA) desta quarta-feira (12). O movimento marcou a maior queda intradiária do papel desde janeiro, quando os ativos recuaram 13,7%.
Larry Ellison, presidente do conselho da Oracle e ex-CEO da empresa — cargo que deixou em 2014 —, é agora a terceira pessoa mais rica do mundo, após uma redução de US$ 35,8 bilhões (R$ 192,96 bilhões) em seu patrimônio líquido, atualmente estimado em US$ 245,2 bilhões (R$ 1,32 trilhão).
Ellison chegou a cair para a quinta posição. O magnata ocupava anteriormente o segundo lugar, agora pertencente ao cofundador do Google Larry Page, com US$ 260 bilhões (R$ 1,40 trilhão). Ele aparece à frente de Jeff Bezos, em quarto lugar, com US$ 242,9 bilhões (R$ 1,31 trilhão); Sergey Brin, em quinto, com US$ 238,2 bilhões (R$ 1,28 trilhão); e Mark Zuckerberg, em sexto, com US$ 224,6 bilhões (R$ 1,21 trilhão).
A forte desvalorização das ações da Oracle ocorreu após a empresa divulgar uma receita trimestral de US$ 16 bilhões (R$ 86,24 bilhões), abaixo da estimativa de analistas de US$ 16,1 bilhões (R$ 86,78 bilhões), segundo a FactSet.
A companhia também informou vendas de software de US$ 5,8 bilhões (R$ 31,26 bilhões), uma queda das projeções de pouco mais de US$ 6 bilhões (R$ 32,34 bilhões).
Apesar de ficar abaixo das expectativas em software, as vendas de nuvem da Oracle no segundo trimestre cresceram 34%, alcançando US$ 7,97 bilhões (R$ 42,97 bilhões), superando as estimativas de US$ 7,92 bilhões (R$ 42,69 bilhões).
A empresa também reportou gastos de capital de US$ 12 bilhões (R$ 64,68 bilhões) no trimestre, acima dos US$ 8,3 bilhões (R$ 44,74 bilhões) esperados por Wall Street.
Sobe e desce
Em setembro, Ellison chegou perto de alcançar Elon Musk, a pessoa mais rica do mundo, com patrimônio líquido de US$ 491,3 bilhões (R$ 2,65 trilhões), depois que mais de US$ 110 bilhões (R$ 592,9 bilhões) foram adicionados à sua fortuna durante uma forte alta das ações da Oracle.
Ellison se tornou apenas a segunda pessoa na história a ultrapassar a marca de US$ 400 bilhões, com seu patrimônio chegando a quase US$ 405 bilhões (R$ 2,18 trilhões), embora ainda estivesse cerca de US$ 31 bilhões (R$ 167,09 bilhões) atrás de Musk naquele momento.
O que está acontecendo?
As ações da Oracle vêm enfrentando dificuldades nas últimas semanas, à medida que mais investidores passaram a negociar contra a empresa como parte de uma aposta mais ampla contra o setor de inteligência artificial.
Em setembro, a companhia de Ellison divulgou metas ambiciosas para a receita de infraestrutura em nuvem. A CEO Safra Catz afirmou que esse segmento alcançaria US$ 18 bilhões (R$ 97,02 bilhões) neste ano fiscal e quase dobraria para US$ 32 bilhões (R$ 172,48 bilhões) no ano fiscal de 2027, avançando depois para US$ 73 bilhões (R$ 393,47 bilhões), US$ 114 bilhões (R$ 614,46 bilhões) e US$ 144 bilhões (R$ 776,16 bilhões) ao longo dos três anos seguintes.
Essas projeções surpreenderam economistas. Brad Zelnick, analista do Deutsche Bank, afirmou que as estimativas eram evidência de uma “mudança sísmica em curso na computação”.
Desde então, investidores e corretoras passaram a demonstrar preocupação de que as ações ligadas à inteligência artificial estejam infladas demais. Segundo pesquisa divulgada pelo Bank of America no mês passado, em torno de 45% dos operadores consideram uma bolha em IA como um dos principais riscos do mercado.
O valor de mercado da Oracle encolheu US$ 80,4 bilhões (R$ 433,36 bilhões) até quinta-feira, caindo de US$ 635,5 bilhões (R$ 3,43 trilhões) com base no preço das ações de quarta-feira para US$ 555,1 bilhões (R$ 2,99 trilhões).
As ações da Oracle já recuaram 44% desde que atingiram o recorde histórico de US$ 345,72 (R$ 1.863,43) em setembro, quando a capitalização de mercado da empresa chegou a US$ 985,3 bilhões (R$ 5,31 trilhões).
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