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A sexta-feira foi de cautela no mercado financeiro, com a ameaça da retomada do conflito comercial entre China e Estados Unidos. Durante o dia, o presidente americano, Donald Trump, acusou Pequim de violar o acordo de reduções das tarifas e restrições comercias sobre minerais essenciais.
Diante de um viés negativo no exterior e da realização de lucros no mercado doméstico, o Ibovespa encerrou a semana recuando, com queda de 1,09%, somando 137.026,62. Embora nos últimos sete dias o índice tenha registrado decréscimo de 0,58%, ele encerrou o mês com alta de 1,45%. Enquanto em Wall Street, o S&P 500 fechou estável e no vermelho, tendo ainda no radar dados de abril sobre a inflação nos EUA, ao lado de Nasdaq (0,32%). Já o Dow Jones foi o único a avançar, com alta de 0,13%.
Enquanto o dólar à vista fechou em elevação de 0,96%, aos R$ 5,7205. Na semana, a divisa acumulou avanço de 1,30% e, no mês, subiu 0,78%. Diante do fim de maio, a movimentação foi intensa para o fechamento da taxa Ptax, referência para liquidação de contratos futuros. Nesta sexta, a taxa de venda foi de R$ 5,7087. Embora a consolidação tenha acontecido no início da tarde, o dólar até desacelerou, mas ainda conseguiu se manter em alta no restante do dia.
Dia de PIB
O último pregão de maio também foi marcado pela repercussão do PIB no Brasil, que cresceu 1,4% no primeiro trimestre em relação aos três meses anteriores, puxado pela agropecuária, em linha com as expectativas. “Já antevíamos um PIB mais forte no primeiro trimestre, com uma participação relevante da agricultura. Isso foi justamente o que aconteceu”, afirmaram economistas do Bradesco, em relatório a clientes nesta sexta.
“Por outro lado, as componentes cíclicas tiveram desempenho mais moderado, refletindo um menor dinamismo da demanda doméstica do que o resultado agregado pode aparentar”, acrescentaram, vislumbrando uma desaceleração ao longo do ano.
Destaques
– VALE ON caiu 2,53%, em dia de queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com declínio de 0,43%. A mineradora também teve um pedido negado para aumentar seu consumo de energia elétrica no polo de produção de níquel de Onça Puma (PA), após perder um prazo regulamentar para confirmar a solicitação.
– PETROBRAS PN recuou 1,09% e PETROBRAS ON cedeu 1,32%, em meio à fraqueza dos preços do petróleo no exterior, onde o barril do Brent fechou em baixa de 0,39%.
– ITAÚ UNIBANCO PN teve decréscimo de 0,16%, em sessão mista para os bancos do Ibovespa. BRADESCO PN avançou 0,75%, mas BANCO DO BRASIL ON cedeu 1,18% e SANTANDER BRASIL UNIT recuou 0,27%. O CMN e o BC aprovaram resoluções que introduzem requerimentos prudenciais individuais a conglomerados de instituições financeiras em critérios de gestão de riscos, liquidez e capital.
– AZZAS 2154 ON avançou 3,71%, com analistas do UBS BB reiterando a recomendação de compra para a ação e elevando o preço-alvo de R$ 37 para R$ 54 após revisar para cima as previsões para os lucros da varejista de moda em 2025 e 2026. “Um controle de custos mais rigoroso e ganhos de eficiência contínuos deverão continuar a apoiar a rentabilidade”, afirmaram Vinicius Strano e equipe em relatório a clientes.
– MAGAZINE LUIZA ON subiu 1,54%, após obter US$ 50 milhões (R$ 286 milhões) com o banco multilateral de desenvolvimento BID Invest. A transação é complementar à captação realizada este ano junto à International Finance Corporation (IFC), ligada ao Banco Mundial, de US$ 130 milhões (R$ 743,6 milhões). Os recursos serão utilizados para financiar a maior parte dos investimentos em tecnologia.
– GERDAU PN fechou em baixa de 3,17%, em mais um dia de queda do setor; persistem preocupações com importações de produtos siderúrgicos, em meio a um ambiente de sobre oferta global. CSN ON perdeu 3,85% e USIMINAS PNA caiu 0,57%.
– MÉLIUZ ON, que não faz parte do Ibovespa, caiu 9,07%, após anunciar uma oferta primária de ações inicialmente da ordem de R$ 150 milhões — mas que pode ser ampliada em até 200% — para levantar recursos para a aquisição de bitcoins. A operação tem precificação prevista para ocorrer em 12 de junho.
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