IPCA-15 e Derrubada do Decreto do IOF Impulsionam Ibovespa

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Esta quinta-feira (26) foi marcada especialmente pela agenda brasileira, com a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (IPCA-15) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela derrubada do Congresso do decreto que aumentava o Imposto de Operações Financeiras (IOF).

No final da sessão, o dólar recuou 1,06%, cotado a R$ 5,4984, enquanto o Ibovespa subiu, marcando 137.113,89 pontos, alta de 0,99%. Em Nova York, os índices acionários S&P 500 e Nasdaq fecharam perto de máximas históricas, com a crescente frustração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com a postura do Federal Reserve (Fed) em relação à taxa de juros fomentando apostas de maior afrouxamento da política monetária no futuro.

Veto sobre o IOF

Ao longo do dia, parlamentares aprovaram um dos projetos que susta os efeitos de decretos do Executivo, alterando a cobrança do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de uma série de operações de câmbio, crédito e previdência privada, que tinham como objetivo ajudar a equilibrar as contas públicas.

“A derrubada impõe um desafio adicional à execução orçamentária de 2025 e 2026”, avaliou o economista Tiago Sbardelotto, em relatório a clientes. “O governo ainda possui alguma margem para evitar novos cortes de despesas no próximo relatório bimestral e deve contar com receitas extraordinárias para alcançar o limite inferior da meta fiscal. Atribuímos baixa probabilidade de alteração da meta neste ano, mas os desafios para 2026 estão aumentando”, afirmou.

De acordo com a ministra de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, o movimento do Congresso reduzirá a receita de 2025 em R$ 10 bilhões, colocando em risco o cumprimento da meta de resultado primário em 2025. Para 2026, citou, pode dificultar a meta de resultado primário em R$30 bilhões.

Em entrevista publicada pela Folha de S.Paulo nesta quinta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que juristas do governo consideram “flagrantemente inconstitucional” o projeto aprovado pelo Congresso, apontando que o Executivo pode levar a questão ao Supremo Tribunal Federal (STF).

Prévia da inflação

Outra notícia que agitou o mercado foi a divulgação dos dados do IPCA-15. Considerado a prévia da inflação oficial, o índice subiu 0,26% em junho, após alta de 0,36% no mês anterior. Economistas da Reuters projetavam alta de 0,30%.

De acordo com economistas do Bradesco, o dado é mais uma leitura que surpreende para baixo, como o IPCA de abril e maio. “A desaceleração gradual da inflação está ocorrendo, que pode ser observada com a diminuição da pressão dos núcleos. Em nosso cenário, ficará mais clara a desaceleração da atividade econômica no segundo semestre, em resposta aos juros restritivos”, afirmaram em relatório a clientes. “Aliada a valorização cambial deste ano, essa moderação da atividade deve reforçar a uma desaceleração da inflação ao longo de 2025 e 2026.”

Destaques

– VALE ON fechou em alta de 3,01%, endossada pelos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas com alta de 0,64%.

– PETROBRAS PN subiu 0,8%, em pregão marcado pelo leilão de petróleo da União, no qual a estatal disputou todos os lotes e levou o maior volume do certame — 31,5 milhões de barris do campo de Mero e outros 5 milhões de barris do campo de Sépia. A petroleira é operadora de ambos os campos. No exterior, o barril do petróleo Brent subiu 0,07%.

– ITAÚ UNIBANCO PN recuou 0,74%, na contramão de seus pares no Ibovespa, com BRADESCO PN terminando com acréscimo de 0,91%, SANTANDER BRASIL UNIT subindo 0,21% e BANCO DO BRASIL ON encerrando com elevação de 1,6%.

– AZZAS 2154 ON avançou 5,97% e VIVARA ON valorizou-se 4,26%, em meio ao alívio nas taxas dos contratos de DI com influência do IPCA-15 e do exterior.

– LOCALIZA ON caiu 7,28%, em sessão bastante negativa para o setor, com MOVIDA ON, que não faz parte do Ibovespa, desabando 13,89%, em meio preocupações sobre eventual novo programa do governo federal para carros mais baratos, o que poderia afetar o valor da frota das companhias e os resultados das divisões de seminovos.

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