Preços da Uniqlo Podem Aumentar em 2025

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A Fast Retailing, controladora da Uniqlo, afirmou na quinta-feira (10) que o aumento das tarifas dos EUA começará a impactar suas operações na América do Norte a partir do fim de 2025. A empresa também anunciou que pretende reajustar os preços como consequência.

Apesar da expectativa de um ano recorde para a varejista de moda japonesa — com a Fast Retailing destacando um crescimento expressivo das vendas internacionais, inclusive nos Estados Unidos —, uma desaceleração na China e a instabilidade comercial na América do Norte ameaçam afetar o varejo e os preços. A empresa disse que espera que as tarifas reduzam seus lucros em 1% no ano fiscal de 2025, mesmo após ter adiantado o envio de produtos para tentar mitigar os efeitos.

Em seu mais recente anúncio, o presidente dos EUA, Donald Trump, estabeleceu um novo prazo até 1º de agosto para a aplicação de tarifas “recíprocas”, que afetarão quase todos os parceiros comerciais do país. No caso do Japão, a alíquota é de 25%. Porém, os produtos da Uniqlo são elaborados em países sujeitos a tarifas de até 36%.

“É inevitável que sejamos  impactados a partir do outono e do inverno”, admitiu o diretor financeiro da Fast Retailing, Takeshi Okazaki, durante a conferência de resultados trimestrais da empresa. “Será difícil absorver todos os custos. Nossa estratégia será aumentar os preços onde for possível e manter onde não for, com foco, acima de tudo, na construção de um negócio sustentável que gere lucros de forma consistente.”

A maior parte das roupas da Uniqlo vendidas nos EUA é fabricada no Sudeste Asiático e no Sul da Ásia. Nesta semana, Trump notificou o Sri Lanka — um dos principais países fornecedores — de que será alvo de uma taxa de 30% a partir de 1º de agosto, enquanto o Vietnã, concorrente do Sri Lanka e anteriormente ameaçado por tarifas elevadas, deve enfrentar um imposto reduzido de 20% nos EUA após fechar um acordo com o governo americano.

O mercado reagiu ao anúncio dos aumentos de preços. A Fast Retailing já figurava como a quarta maior queda entre as ações de grandes empresas na região Ásia-Pacífico no primeiro semestre de 2025, com uma desvalorização de mais de 9%. No entanto, em uma perspectiva de 12 meses, as ações da controladora da Uniqlo ainda acumulam valorização de quase 6%.

Lucros da controladora

Para o atual ano fiscal, que termina em agosto, a Fast Retailing manteve sua projeção de lucro operacional em US$ 3,7 bilhões (R$ 20,57 bilhões), já que os impactos das tarifas devem ser limitados devido ao envio antecipado de produtos para os EUA, uma tentativa de contornar o efeito das taxas adicionais.

“O efeito no ano fiscal de 2025 provavelmente será limitado, independentemente da alíquota tarifária”, informou a empresa em seu relatório de resultados, acrescentando que já enviou uma quantidade substancial de mercadorias para os EUA. A Fast Retailing informou ainda que o lucro operacional nos três meses encerrados em 31 de maio cresceu 1,4%, atingindo US$ 1 bilhão (R$ 5,56 bilhões), abaixo da previsão média de mercado, que era de US$ 1,05 bilhão (R$ 5,83 bilhões).

A companhia também prevê queda nas vendas e nos lucros na China no quarto trimestre  — seu maior mercado estrangeiro, com 900 lojas — devido à demanda fraca dos consumidores chineses por roupas. Nos últimos meses, a empresa voltou-se para a América do Norte e a Europa em busca de crescimento, em parte por causa da desaceleração prevista na China.

Em um comunicado otimista, a Fast Retailing afirmou que as operações da Uniqlo na Coreia do Sul, Sudeste Asiático, Índia e Austrália, América do Norte e Europa registraram aumento nas receitas e nos lucros.

No trimestre encerrado em maio de 2025, a receita aumentou 8,3%, chegando US$ 3 bilhões (R$ 16,68 bilhões), e o lucro operacional cresceu 1,5%, ficando pouco abaixo de US$ 500 milhões (R$ 2,78 bilhões). Em moeda local, a receita subiu 14% e o lucro operacional, aproximadamente 7%.

Esse bom desempenho foi impulsionado, em parte, pelas fortes vendas de coleções essenciais de verão — amplamente promovidas — e pela inauguração contínua de novas lojas que destacam o valor da marca LifeWear.

Nos nove meses até maio de 2025, a receita totalizou US$ 9,96 bilhões (R$ 55,36 bilhões), um aumento de 12,7% em relação ao ano anterior, enquanto o lucro operacional somou US$ 1,6 bilhão (R$ 8,89 bilhões), uma alta de 8,4%.

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