Em Dia de Grandes Repercussões, Ibovespa Encerra Sequência de Queda

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Nesta quarta-feira (16), o dólar e o Ibovespa avançaram em sessão recheada de acontecimentos. O primeiro a repercutir desde o pré-mercado foi o anúncio feito pelo representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, de que iniciou uma investigação sobre práticas comerciais “injustas” do Brasil. Na semana passada, o presidente americano, Donald Trump, ameaçou impor uma tarifa de 50% sobre as importações brasileiras a partir de 1º de agosto.

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, disse nesta quarta que é urgente a negociação com os EUA, mas ponderou não ver problema se houver necessidade de prorrogar o prazo para as tratativas.

Outra questão presente desde cedo foi a disputa entre governo e Congresso sobre o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), travada no Superior Tribunal Federal (STF). Na terça, as partes se reuniram em audiência de conciliação, mas não chegaram a acordo. Ainda na cena local, agentes financeiros permaneceram aguardando novos desdobramentos em relação à tramitação da PEC que altera a forma como o governo contabiliza os pagamentos de precatórios a partir de 2027, aprovada na Câmara na madrugada.

No exterior, a notícia de que o presidente americano iria demitir Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (FED), repercutiu e derrubou Wall Street. No entanto, pouco tempo depois, Trump desmentiu, afirmando que seria “altamente improvável” isso acontecer, dando fôlego ao mercado americano. No fim do dia, S&P 500 ganhou 0,32%, Nasdaq avançou 0,26% e Dow Jones subiu 0,53%.

Por aqui, a sessão encerrou com ligeiro avanço da moeda americana à vista, com alta de 0,03% e cotação de R$ 5,5611. O Ibovespa também registrou elevação, após sete pregões em queda, sumindo 0,19%, acumulando 135.510,99 pontos. Em Wall Street, os índices de referência terminaram em alta, com o

Análises

Para Enrico Gazola, economista pelo Insper e sócio-fundador da Nero Consultoria, a ação do governo americano contra o Brasil “fornece a base jurídica que o aumento, originalmente amparado em motivos políticos domésticos, não tinha; é o mesmo roteiro usado contra a China em 2017 e, se vingar, abre caminho a novas sanções tão cedo quanto o primeiro trimestre de 2026″, destacou.

No entanto, analistas do Citi consideram pouco provável que as altas taxas entrem em vigor. “O presidente Trump demonstrou flexibilidade em negociações comerciais anteriores. No caso da China, por exemplo, a Casa Branca inicialmente anunciou tarifas de até 150%, que depois foram reduzidas após negociações. Padrões semelhantes foram observados com outros países, o que sugere que a tarifa de 50% sobre o Brasil pode ser revista, caso haja avanços nas conversas diplomáticas”, afirmaram em relatório.

Destaques

– GPA ON saltou 10,66%, principal variação positiva do Ibovespa, ampliando a valorização mensal para 14,61% e tendo como pano de fundo comunicação do grupo, após o fechamento do mercado na terça-feira, de que membros da família Coelho Diniz, dona da rede de supermercados de mesmo nome, elevaram a participação na companhia para 17,7%. Em meados de maio, a fatia da família na varejista era de 10%. O GPA também tem André Luiz Coelho Diniz entre seus conselheiros.

– VALE ON subiu 0,91%, endossada pela alta dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian encerrou as negociações do dia com alta de 1,05%, a 773 iuanes (R$ 598,81) a tonelada.

– BANCO DO BRASIL ON perdeu 0,1%, devolvendo parte das perdas na sessão depois que o JPMorgan reduziu o preço-alvo para o papel de R$ 28,00 para R$26,00, citando preocupações com o aumento da inadimplência no agronegócio, onde o BB possui atuação significativa. No setor, ITAÚ UNIBANCO PN subiu 0,49%, BRADESCO PN caiu 0,25% e SANTANDER BRASIL UNIT fechou em queda de 0,36%.

– PETROBRAS PN caiu 0,5% e PETROBRAS ON perdeu 0,86%, em linha com o declínio do petróleo no exterior, onde o barril do Brent cedeu 0,28%, a US$ 68,52 (R$ 380,95).

– USIMINAS PNA perdeu 4,52%, com o “downgrade” da recomendação do Goldman Sachs para “neutra” e redução do preço-alvo para R$ 5,20, ante R$8,40. “Apesar dos ganhos recentes nas ações e da rentabilidade, acreditamos que a Usiminas ainda enfrenta desafios cíclicos e estruturais significativos, principalmente devido ao nível elevado — e competitivo — das exportações de aço da China em 2025, assim como à necessidade de investimentos contínuos acima do nível de depreciação para melhorar a eficiência e a competitividade estrutural”, disseram analistas no relatório do GS.

– HAPVIDA ON cedeu 0,24%, diminuindo a queda no pregão, após o UBS BB cortar preço-alvo de R$ 60,00 para R$55,00, incorporando uma recuperação mais lenta da base de beneficiários, mas mantendo recomendação de “compra”. O UBS BB disse antecipar um “trimestre desafiador” para a Hapvida e apontou impacto no crescimento da receita devido à base de beneficiários quase estável, piora no índice de sinistralidade (MLR) na comparação anual e pressões nas margens operacionais devido a cobranças retroativas da ANS.

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