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Diante do recolhimento domiciliar do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), dólar e Ibovespa tiveram movimentos diferentes nesta sexta-feira (18), com a moeda subindo e o índice registrar queda. Isso porque agentes ficaram temerosos com a possibilidade de Bolsonaro ser preso e isso implicar em novas sanções contra o Brasil por parte do presidente americano, Donald Trump. O ex-presidente foi alvo de mais uma ação da Polícia Federal (PF). Desta vez, os mandados de busca e apreensão foram para apurar de crimes de coação, obstrução à Justiça e ataque à soberania nacional.
No dia, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, também determinou que Bolsonaro use tornozeleira eletrônica, devendo permanecer em sua casa das 19h às 6h de segunda à sexta-feira e em tempo integral em finais de semana e feriados. Além disso, o ex-presidente não deve acessar suas redes sociais, entrar em contato com investigados do STF, com embaixadas e com o seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Ele tem sido o principal defensor das medidas de Trump contra o Brasil, como a imposição de tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros a partir de 1º de agosto.
A decisão de Moraes — já referendada nesta sexta pela maioria da primeira turma do Supremo — surgiu um dia após Trump voltar a vincular a adoção da tarifa ao julgamento de Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. O ministro afirmou que as condutas de Bolsonaro e Eduardo “caracterizam claros e expressos atos executórios e flagrantes confissões da prática dos atos criminosos”, mencionando os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e atentado à soberania.
No final da sessão, a moeda americana à vista fechou em alta de 0,72%, aos R$ 5,5875, no maior nível de encerramento desde 4 de junho, quando foi cotada em R$ 5,6450, contrariando a forte queda no exterior. Na semana, o dólar acumulou alta de 0,71%. O Ibovespa, por sua vez, caiu significativamente a 133.381,58 pontos, recuo de 1,61%.
A dinâmica do mercado também foi afetada pela avaliação de que a direita está se enfraquecendo, inclusive o governo de São Paulo, Tarcísio Freitas (Republicanos), nome bem quisto pelo mercado financeiro para a corrida presidencial, mas que vem se contradizendo enquanto defende Bolsonaro e a política tarifária dos EUA contra o Brasil.
No período da tarde, Trump voltou a ameaçar impor tarifas aos membros do Brics e disse que o grupo acabaria “muito rapidamente” se algum dia eles se formassem de modo significativo. “Quando ouvi sobre esse grupo do Brics, seis países, basicamente, eu os ataquei com muita, muita força. E se algum dia eles realmente se formarem de modo significativo, isso acabará muito rapidamente”, disse o presidente americano. O grupo não é o único na mira de Trump, que está pressionando por tarifas entre 15% e 20% sobre itens vindos da União Europeia.
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