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Nesta terça-feira (26), foi divulgado o Índice Nacional de Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que registrou queda de 0,14% em agosto, a primeira queda em quase dois anos. Em julho, o índice subiu 0,33%. Apesar do decréscimo, o IPCA-15 — considerado a prévia da inflação — tem no acumulado alta de 4,89%. Inicialmente, o mercado reagiu de forma positiva até análises mais aprofundadas.
“Abrimos o dia com o mercado aliviado com o IPCA-15, que foi uma deflação, ainda que acima do esperado. Mas aí o mercado avaliou também que foi um ajuste pontual e não recorrente, por isso que o dólar virou”, disse Santiago Schmitt, especialista em renda fixa da Manchester Investimentos.
Para Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research, os dados acabaram mostrando uma piora de julho para agosto. “Itens importantes e monitorados pelo Banco Central (BC) apresentaram uma alta acima do esperado”, afirmou.
Diante do resultado, o Ibovespa encerrou o dia em baixa, com queda de 0,18% e pontuação de Já Wall Street terminou com sinal positivo. O S&P 500 terminou com acréscimo de 0,41%. Enquanto o dólar acabou subindo 0,36%, cotado a R$ 5,43, contrariando seu movimento no exterior. Isso porque o anúncio de demissão da diretora do Federal Reserve (Fed), Lisa Cook, pelo presidente americano, Donald Trump, afastou investidores dos ativos do país.
Trump pediu que Cook renunciasse em 20 de agosto, depois que o diretor da Agência Federal de Financiamento Habitacional dos EUA, William Pulte, acusou-a de reivindicar duas de suas hipotecas como residências principais. A diretora respondeu que o presidente não tem autoridade de demiti-la.
Desde que o presidente americano retornou à Casa Branca em janeiro, ele vem pressionando as autoridades do Fed a reduzirem a taxa de juros, o que ainda não aconteceu, despertando nos mercados a preocupação de desgaste da independência do banco central.
Destaques
– PETROBRAS PN caiu 0,72%, acompanhando o movimento dos preços do petróleo no exterior, onde o barril sob o contrato Brent fechou em baixa de 2,3%, a US$ 67,22 (R$ 364,02). PETROBRAS ON perdeu 0,51%. No setor, PRIO ON recuou 1,18%, PETRORECONCAVO ON perdeu 2,06% e BRAVA ON subiu 0,56%.
– SABESP ON recuou 1,96%, refletindo ajustes após quatro altas seguidas, período em que acumulou alta de 3,6%. Na segunda (25), a companhia de água e esgoto anunciou que, em cumprimento de decisão da agência reguladora Arsesp, adotará medidas para preservar mananciais e reservatórios, incluindo redução da pressão noturna.
– BANCO DO BRASIL ON subiu 1,65%, experimentando uma trégua na pressão negativa recente com ruídos envolvendo a aplicação da Lei Magnitsky e o resultado fraco no segundo trimestre. No setor, BRADESCO PN caiu 0,24% e SANTANDER BRASIL UNIT ganhou 0,66%, enquanto ITAÚ UNIBANCO PN cedeu 0,67%.
– VALE ON fechou em alta de 0,89%, apesar da queda dos futuros do minério de ferro na China, após novas ameaças de tarifas por Trump. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 0,7%, a 776,5 iuanes (US$108,56) a tonelada, após atingir na véspera uma máxima desde 14 de agosto.
– MRV&CO ON recuou 3,43%, em dia de alta nas taxas dos contratos de Depósitos Interbancários (DIs), que afetou também outros papéis sensíveis a juros. YDUQS ON perdeu 2,45% e MAGAZINE LUIZA ON caiu 1,69%.
– RAÍZEN PN recuou 2,86%, após fechar três sessões consecutivas no azul, enquanto permanecem preocupações com o nível de endividamento da produtora de açúcar e etanol de cana, uma joint venture entre Shell e Cosan. COSAN ON encerrou com declínio de 0,73%.
– MINERVA ON avançou 3,13%, no oitavo pregão seguido de alta, acumulando no período ganho de 23,8%. Dados na véspera mostraram que a exportação de carne bovina in natura cresceu 34,7% em agosto até a quarta semana em comparação com o mês todo de agosto do passado. Os papéis, que fecharam a R$ 5,93, porém, permanecem distante das máximas do ano — de R$ 7,01 no fechamento e R$ 7,30 no intradia.
– GPA ON valorizou-se 3,13%, ampliando os ganhos da véspera, quando fechou em alta de quase 9% após anúncio de que a família Coelho Diniz ampliou sua participação na companhia a quase 25% e pediu convocação de assembleia geral extraordinária para decidir sobre a destituição integral do conselho de administração e eleição de novos membros.
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