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O agronegócio brasileiro reúne 39 bilionários entre os 300 brasileiros que integram a Lista Forbes Bilionários 2025, todos com fortunas acima de R$ 1 bilhão. Juntos, eles detêm R$ 382,8 bilhões em patrimônio, mostrando o agro como um dos setores mais relevantes na formação de grandes fortunas no país. Para os 10 primeiros da lista, o patrimônio somado é de R$ 249,6 bilhões.
A lista mostra a diversidade de ramos que compõem esse agro bilionário. Estão presentes acionistas e controladores de empresas de alimentos, proteína animal, papel e celulose, fertilizantes, agroenergia, grãos, madeira e até grandes conglomerados de bebidas com capital nacional. São categorias que compõem as cadeias de valor do agronegócio, de acordo com o conceito de agribusiness criado por John Davis e Ray Goldberg, da Universidade de Harvard no final dos anos 1950 do agro, indo do antes ao depois da porteira.
Entre os principais representantes estão Jorge Paulo Lemann (R$ 88 bilhões), Carlos Alberto Sicupira (R$ 39,1 bilhões), os irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS (R$ 25 bilhões cada), Ricardo Faria, da Granja Faria (R$ 19,6 bilhões), e Rubens Ometto, da Cosan (R$ 7,6 bilhões). O grupo inclui ainda nomes ligados à proteína animal, como Marcos Molina (Marfrig) e Fernando Queiroz (Minerva), à produção agrícola, como Lucia Borges Maggi e herdeiros do grupo Amaggi, e ao setor de alimentos e bebidas, como as famílias Dias Branco, Vontobel e Logemann.
No recorte por naturalidade, São Paulo concentra 20 nomes entre os bilionários do agro em 2025, seguido por Rio Grande do Sul (6) e Rio de Janeiro (5). Há ainda representantes de Goiás (3), Ceará (3), Santa Catarina (2), Paraná (2) e Minas Gerais (1), além de 17 casos sem declaração de origem.
Confira os 10 principais bilionários do agro
A lista completa está na Revista Forbes, disponível no aplicativo e no impresso.
1 – Jorge Paulo Lemann
Patrimônio: R$ 88 bilhões (-4,2%)
Posição no ranking Brasil: 3ª
Empresa: AB Inbev/3G Capital
Setor: Bebidas/Investimentos
Idade: 85 anos
Jorge Paulo Lemann manteve o terceiro lugar entre os bilionários brasileiros que obteve na edição de 2023. Ele é acionista controlador da gigante cervejeira AB Inbev, além de deter participações em conglomerados internacionais como Restaurant Brands International (Burger King e Tim Hortons). No Brasil, seu império inclui a São Carlos Empreendimentos, que tem como sócios seus filhos e os herdeiros de seus sócios, Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira. Em maio de 2025, após três anos sem fechar grandes negócios, a 3G Capital comprou a empresa americana de tênis Skechers por cerca de US$ 9,4 bilhões.
2 – Carlos Alberto da Veiga Sicupira
Patrimônio: R$ 39,1 bilhões (-20,8%)
Posição no ranking Brasil: 6ª
Empresa: AB Inbev/3G Capital
Setor: Bebidas/Investimentos
Idade: 77 anos
Assim como os demais sócios da 3G Capital, Sicupira vem enfrentando um cenário desafiador para as atividades da companhia. A empresa foi afetada pela crise da Americanas no início de 2023. No entanto, a participação da empresa de investimentos na AB InBev vem sustentando o patrimônio dos sócios. Após vender sua participação na Kraft Heinz, a 3G Capital permaneceu sem fazer grandes negócios até o início de 2025, quando adquiriu a empresa de calçados Skechers
3 e 4 – Joesley Mendonça Batista e Wesley Mendonça Batista
Patrimônio: R$ 25 bilhões (+8,8%), cada um
Posição no ranking Brasil: 17ª
Empresa: JBS
Setor: Alimentos
Idade: 53 anos e 55 anos
A JBS, maior empresa mundial de proteína animal, teve novamente um desempenho muito bom nos pregões, subindo 40% em 12 meses até junho de 2025 após ter quase dobrado de preço no período anterior. A empresa conseguiu listar suas ações em Wall Street e passou a ser negociada na B3 por meio de Brazilian Depositary Receipts (BDR). Os bons resultados, apesar do cenário desafiador para o mercado global de carne bovina, deveram-se à diversificação das atividades do grupo, que tem operações com aves e suínos nos Estados Unidos, no Brasil e na Austrália. Filhos de José Batista Sobrinho, conhecido como Zé Mineiro, que iniciou as atividades a partir de um açougue em Goiás, os irmãos Joesley e Wesley são os acionistas controladores da companhia.
5 – Ricardo Castellar de Faria
Patrimônio: R$ 19,6 bilhões (+12,5%)
Posição no ranking Brasil: 21ª
Empresa: Granja Faria
Setor: Alimentos
Idade: 50 anos
Engenheiro agrônomo pela UFRGS, o carioca Faria é fundador e presidente do conselho da Granja Faria, Insolo e RCF Capital e presidente da Associação Catarinense de Avicultura. A granja foi criada em 2006, sendo a maior produtora de ovos comerciais, ovos férteis e pintos de um dia no Brasil. Emprega 2,7 mil funcionários em 34 unidades produtoras, fornecendo cerca de 16 milhões de ovos por dia. Em 2024 Faria adquiriu a americana Hillandale Farms por US$ 1,1 bilhão e em 2025 comprou o Grupo HEVO, da Espanha.
6 – Alceu Elias Feldmann
Patrimônio: R$ 18,5 bilhões (+0,6%)
Posição no ranking Brasil: 22ª
Empresa: Fertipar
Setor: Fertilizantes
Idade: 75 anos
Formado em agronomia, o discreto Feldmann costuma se definir como vendedor de fertilizantes. Ele é fundador e controlador da Fertipar, responsável por 15% do mercado nacional de fertilizantes. Feldmann iniciou as atividades da companhia em um armazém alugado na cidade de Paranaguá (PR) em 1980. Atualmente ele possui cerca de 85% do grupo, que engloba 14 empresas voltadas ao agronegócio. A companhia tem um vasto portfólio de clientes, como produtores de café, soja, milho, citricultura e até agricultores que buscam o reflorestamento.
7 – Marcel Herrmann Telles
Patrimônio: R$ 12,5 bilhões (-79,5%)
Posição no ranking Brasil: 30ª
Empresa: AB Inbev/3G Capital
Setor: Bebidas/Investimentos
Idade: 75 anos
Sócio de Lemann e de Sicupira na 3G Capital, Telles tem se envolvido cada vez menos no dia a dia das empresas e desde 2023 vem transferindo sua fortuna para seu filho caçula, Max, que estreou na lista de bilionários neste ano. A participação responde por 54% do patrimônio de Marcel. Em 2017, o bilionário já havia doado suas ações na São Carlos para seus filhos Max e Christian.
8 – Rubens Ometto Silveira Mello
Patrimônio: R$ 7,6 bilhões (-5,3%)
Posição no ranking Brasil: 55ª
Empresa: Cosan/Raízen/Rumo
Setor: Agroenergia
Idade: 75 anos
O sobrenome Ometto se confunde com a história da cana-de-açúcar no Brasil. Rubens é engenheiro pela Escola Politécnica da USP, controlador e presidente do conselho de administração do Grupo Cosan e de duas empresas da holding, Raízen e Comgás. Foi o primeiro usineiro a abrir capital, tendo realizado o IPO da Cosan em 2005. Dois anos depois, tornou-se o primeiro bilionário de etanol do mundo. Em 2010, associou-se à holandesa Shell, criando a Raízen, maior produtora global de etanol, que fez IPO na B3 em 2021. Também é acionista da Rumo (maior ferrovia do Brasil) e possui um grande portfólio imobiliário.
9 – Marcos Molina dos Santos
Patrimônio: R$ 7,2 bilhões (+116,2%)
Posição no ranking Brasil: 56ª
Empresa: Marfrig
Setor: Alimentos
Idade: 55 anos
Marcos Molina dos Santos é o acionista controlador da Marfrig Global Foods, segunda maior empresa de carne bovina, em capacidade, do mundo, em processo de fusão com a BRF. Ele divide o controle da companhia com a esposa, Márcia Marçal dos Santos. Quando concluído, o negócio vai criar a MBRF, uma das maiores empresas integradas do mundo em proteínas e alimentos.
10 – David Feffer
Patrimônio: R$ 7,1 bilhões (-5,4%)
Posição no ranking Brasil: 57ª
Empresa: Grupo Suzano
Setor: Papel e celulose
Idade: 68 anos
David é neto de Leon Feffer, fundador da Suzano. Seus pais, Max e Betty Feffer, colocaram o filho para trabalhar na empresa aos 18 anos. David assumiu a presidência em 2001. Estudou administração de empresas no Brasil e possui cursos de especialização nas universidades Harvard, Columbia e Stanford (EUA) e no IMD (Suíça).
Metodologia
A lista de bilionários da Forbes é elaborada a partir de várias fontes. Como ocorre com a Forbes USA, a mais importante são os preços das ações listadas em bolsa, com base na cotação de fechamento de 30 de junho de 2025. Além de serem informações públicas, esses dados são oficiais e auditados, o que os torna confiáveis. Como são consideradas apenas informações públicas, os patrimônios podem estar subestimados. Na maioria dos casos não são considerados itens como imóveis, obras de arte, aviões ou embarcações, exceto se o titular concordar em fornecer esses dados. A cada edição, novos dados são apurados. Em alguns casos, o patrimônio de irmãos ou familiares foi consolidado.
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