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Em seu mais recente relatório de estratégia para a América Latina, o JP Morgan expressou sua visão de compra para o mercado de ações brasileiro. Segundo os analistas, a combinação de cortes de juros e a aproximação das eleições de 2026 são fatores que podem pavimentar o caminho para um novo recorde de mercado.
Atualmente a taxa básica de juros (Selic) no Brasil está em 15%. A previsão, segundo lembra a gigante de serviços financeiros, é a de que o primeiro corte tenha início em dezembro próximo. A previsão do JP Morgan é que a flexibilização da taxa atinja cortes de 4,25 pontos, fazendo com que a Selic fique em 10,75%.
A tese central do J.P. Morgan é a de que o ciclo atual de flexibilização do Federal Reserve (Fed, o Banco Central americano) é fundamentalmente diferente dos anteriores. Historicamente, os cortes do Fed ocorriam durante períodos de crise, levando a uma fuga de capital para o dólar e forçando os bancos centrais latino-americanos a aumentar suas próprias taxas.
Desta vez, no entanto, o cenário de “pouso suave” na economia americana e a postura mais fraca do dólar permitem que países como o Brasil cortem juros e impulsione os mercados locais.
Entra e sai
O JP Morgan retirou de seu portfolio para a região o Banco do Brasil, alegando deterioração na qualidade dos ativos do agronegócio. Em seu mais recente balanço, o BB reportou queda de 60% no lucro líquido ajustado. A inadimplência do agronegócio foi um dos principais fatores que influenciaram as contas do banco.
Ao mesmo tempo, o Nubank ganhou espaço. A justificativa foi o “potencial de alta das operações no Brasil e à expectativa de que a operação no México atinja o ponto de equilíbrio”. Uma das apostas do roxinho é a expansão no seu segmento de alta renda.
Outros mercados
A Argentina também é citada positivamente no relatório do JP Morgan. Entre as justificativas citadas estão a inflação em queda, crescimento acelerado e déficit fiscal reduzido, o que, no entendimento dos analistas, são fatores que reforçam o potencial de atratividade para investidores.
Em relação ao México, o momento é de estabilidade. Porém, as negociações do USMCA (o acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá), previsto para início em outubro, podem trazer mudanças, segundo os analistas.
O Chile recebeu classificação neutra, apesar do aumento dos preços do lítio. Isso ocorreu devido às incerteza provocadas pelas expectativas políticas.
Já o Peru continua com recomendação de subponderação, reflexo da instabilidade política e da falta de espaço para reavaliação do mercado.
A Colômbia, ainda segundo os analistas, enfrenta um cenário mais desafiador, marcado pelo agravamento fiscal, rebaixamentos de rating e incertezas políticas, o que torna o mercado menos atrativo.
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