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Wang Ning, fundador da fabricante chinesa de brinquedos Pop Mart International Group, viu sua fortuna despencar em quase US$ 6 bilhões (R$ 31,92 bilhões) em menos de um mês, já que a nova edição da série de bonecos Labubu parece estar perdendo força na China continental.
O presidente e CEO de 38 anos agora tem um patrimônio líquido de US$ 21,6 bilhões (R$ 114,91 bilhões), em grande parte baseado em sua participação na empresa, segundo estimativas da Forbes. Apesar de gigantesca, a quantia é bem menor do que os US$ 27,5 bilhões (R$ 146,38 bilhões) que o jovem magnata possuía no fim de agosto. Naquele período, o otimismo em relação à crescente popularidade do Labubu chegou a tornar Ning mais rico do que ícones empresariais chineses como Jack Ma, cofundador da Alibaba. Agora, ele ocupa a 14ª posição entre os mais ricos do país, enquanto Ma está em 7º lugar, de acordo com a lista em tempo real de bilionários.
A mudança no ranking acontece porque as ações da Pop Mart, listadas em Hong Kong, caíram mais de 20% desde que a empresa lançou, em 28 de agosto, a série Labubu 4.0. Vendidos por 79 yuans (R$ 58,00) cada, os brinquedos trazem 28 versões do coelho de pelúcia em tamanho menor e diversas cores. Os mini Labubus ainda são revendidos com ágio em plataformas chinesas de e-commerce como a Dewu, onde comerciantes oferecem desde brinquedos até bolsas de luxo de edição limitada que estocaram anteriormente.
Mas o preço de revenda dos novos Labubus caiu 14,3%, para 150 yuans (R$ 106) cada, após o lançamento em agosto, segundo a Dewu. A queda nos preços pelos mercados paralelos online da China levantou preocupações entre investidores sobre a demanda pelo produto e suas perspectivas de crescimento, disse o estrategista de valores mobiliários da Everbright Securities International, em Hong Kong.
A confiança dos investidores foi ainda mais abalada nesta segunda-feira (15), quando o JPMorgan Chase & Co. rebaixou a recomendação das ações para neutra. O banco de investimento citou como justificativas a queda na popularidade dos produtos da Pop Mart. Os papéis da empresa encerraram o dia em baixa de 6,4%, após chegarem a despencar 9%.“Diante das crescentes incertezas, os investidores escolheram vender e realizar lucros primeiro”, afirmou Ning.
Um porta-voz da Pop Mart atribuiu a queda nos preços de revenda do Labubu ao aumento da produção. “A empresa aumentou de forma proativa a oferta para atender às necessidades de nossos fãs e consumidores”, disse em comunicado à Forbes. “O fato de o produto estar significativamente mais acessível e de mais pessoas terem conseguido comprar é um fator relevante.”
Ainda assim, as ações podem continuar sob pressão por um bom tempo, avalia Ke Yan, chefe de pesquisa da DZT Research, em Singapura. Segundo ele, ajustes nos preços dos papéis devem continuar por pelo menos seis meses, à medida que mais investidores podem optar por realizar lucros.
Apesar do revés recente, a Pop Mart acumula alta de mais de 180% no ano. O crescimento, porém, pode desacelerar em 2026, em parte devido ao efeito de base elevada deste ano, afirma Jeff Zhang, analista da Morningstar em Hong Kong. O bilionário Ning projetou em agosto que a Pop Mart poderia “facilmente” alcançar 30 bilhões de yuans (R$ 24,9 bilhões) em vendas em 2025, depois de registrar resultados impressionantes no primeiro semestre, que incluíram quase 400% de aumento no lucro graças ao frenesi global em torno do Labubu.
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