Ações da Ambipar Desabam 24% Após Decisão Judicial que Barrou Pagamento Antecipado ao Deutsche Bank

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A Ambipar informou ao mercado nesta quinta-feira (25) ter conseguido uma decisão favorável na Justiça em uma disputa com o Deutsche Bank. A tutela cautelar suspende temporariamente o vencimento de algumas dívidas do grupo, calculada em US$ 550 milhões (R$ 2,93 bilhões) só com o banco. Procurado, o Deutsche Bank não respondeu ao pedido de comentários até a conclusão deste texto.

O anúncio levou ao derretimento da ações nesta quinta-feira (25). Os papéis terminaram em queda de 24,24%, a R$ 7,50.

Segundo o fato relevante, a ação foi motivada por prejuízos causados por operações recentes com derivativos, que afetaram os títulos de dívida da empresa, os green bonds.

O principal objetivo da tutela é proteger os ativos do grupo e garantir a continuidade das suas atividades enquanto a Ambipar negocia com seus credores para encontrar uma solução para os seus  compromissos financeiros, segundo o texto do documento.

O grupo, que cresceu nos últimos anos por meio de dezenas de aquisições desde o seu IPO, em 2020, emprega cerca de 23 mil trabalhadores. O rombo financeiro estimado pode chegar a R$ 10 bilhões, segundo informado pela Ambipar à Justiça.

O grupo afirma que suas operações e serviços estão funcionando normalmente e que a empresa continua buscando um acordo que seja positivo para todos os investidores.

Segundo o despacho da decisão da 3ª Vara Empresarial da Justiça do Rio de Janeiro , o valor de dívida seria de US$ 550 milhões (R$ 2,93 bilhões), considerando vinculação a contratos de swap.

A cobrança do Deutsche Bank de garantias adicionais para “green bonds” do grupo, que segundo a Ambipar “não têm qualquer respaldo contratual”, tem gerado risco “iminente e concreto” para a empresa, uma vez que “algumas instituições financeiras” já teriam notificado o grupo para declarar vencimento antecipado de obrigações de dívida.

Segundo o despacho, o Santander já teria comunicado a companhia sobre pagamento de dívida. Procurado pela Forbes, o banco informou que não iria comentar o assunto.

Rombo financeiro

A Ambipar afirmou no pedido à Justiça do Rio de Janeiro, que concedeu a medida cautelar com efeito de 30 dias, prorrogáveis por mais 30, que corre o risco de se ver diante de um “rombo financeiro de mais de R$10 bilhões”.

“Ocorre que praticamente todos os contratos financeiros do grupo Ambipar conteriam cláusulas de vencimento cruzado (cross-default)…o que acarretaria um gravíssimo risco de insolvência imediata para o grupo”, afirmou o grupo no pedido feito à Justiça carioca.

No fato relevante desta manhã, a companhia afirmou que o objetivo da medida cautelar é “propiciar a continuidade das atividades empresariais do grupo e viabilizar a proteção a seus ativos, enquanto se busca junto aos credores uma alternativa viável para o adequado equacionamento de seus compromissos financeiros”.

Após disparar impressionantes 700% no ano passado, as ações acumulavam até a véspera queda de 23,85% em 2025. Nos últimos dois pregões, apenas, os papéis somaram um tombo de 29,79%, tendo também no radar mudança no comando da diretoria financeira da companhia e aprovação de emissão de até R$3 bilhões em debêntures.

No despacho da Justiça do RJ, a empresa afirma que está em “adequada saúde financeira e de caixa” e que está em dia com obrigações com funcionários, fornecedores, tributos e instituições financeiras.

O juiz Leonardo de Castro Gomes ainda indicou a nomeação de quatro agentes auxiliares de justiça para assessorar a Justiça no caso.

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