Ibovespa Fecha em Baixa de Mais de 1% com Receio Fiscal

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O Ibovespa fechou em queda nesta quinta-feira (02), em um dia de forte correção na bolsa paulista, sem novos catalisadores positivos e com noticiário percebido por agentes como desfavorável para o cenário fiscal brasileiro.

O indicador brasileiro recuou 1,08%, a 143.949 pontos, chegando a 143.635,05 pontos no pior momento. Na máxima, nos primeiros negócios, marcou 145.620,6 pontos. O volume financeiro somava R$ 17,4bilhões antes dos ajustes finais.

Em setembro, o Ibovespa acumulou alta de 3,4%, ampliando o ganho no ano para 21,58%. No mês passado, também ultrapassou os 147 mil pontos pela primeira vez, embora nunca tenha conseguido fechar acima deste patamar.

Em Wall Street, o índice de tecnologia Nasdaq marcou um recorde de fechamento nesta quinta-feira (02) com o apoio do setor de tecnologia. O índice de referência S&P 500 conseguiu marcar um fechamento recorde por pouco, conforme investidores monitoraram cautelosamente dados do mercado de trabalho do setor privado no segundo dia de paralisação do governo dos Estados Unidos.

De acordo com dados preliminares, o S&P 500 registrou variação positiva de 0,07%, para 6.715,58 pontos. O índice de tecnologia Nasdaq ganhou 0,39%, para 22.844,44 pontos. O Dow Jones subiu 0,18%, para 46.523,31 pontos.

Câmbio e cenário

Já o dólar terminou o dia em alta ante o real, acompanhando o avanço da moeda norte-americana no exterior após a paralisação parcial do governo dos Estados Unidos. Uma piora na avaliação do risco fiscal do Brasil, que impactou diretamente o mercado de DIs (Depósitos Interfinanceiros), também deu impulso ao dólar ante o real durante a sessão.

O dólar à vista encerrou a sessão em alta de 0,23%, aos R$ 5,3400. No ano, a divisa acumula queda de 13,58%.

Às 17h03 na B3 o dólar para novembro — atualmente o mais líquido no Brasil — subia 0,20%, aos R$ 5,3790.A moeda norte-americana chegou a ceder ante o real no início do dia, após a aprovação pela Câmara, na véspera, da isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil por mês, com desconto para quem recebe até R$7.350.

Ainda que a estimativa seja de que a mudança gere uma perda de arrecadação de R$ 25,8 bilhões, o texto prevê a compensação com aumento da taxação de quem ganha acima de R$ 50 mil por mês. A proposta vai agora ao Senado.

Enquanto a moeda norte-americana também cedia no exterior, o dólar à vista marcou a cotação mínima intradia de R$ 5,3080 às 9h13, logo após a abertura.

Mas a publicação de um novo dado de emprego nos EUA deu força à moeda norte-americana no Brasil e no exterior. Um indicador calculado pelo Federal Reserve de Chicago mostrou no meio da manhã que a taxa de desemprego nos EUA provavelmente foi de 4,3% em setembro, igual ao verificado em agosto.

Como a divulgação do relatório payroll, prevista para sexta-feira, pode não ocorrer em razão da paralisação do governo dos EUA, os investidores se apegaram ao dado do Fed de Chicago.

O impulso para o dólar se intensificou no Brasil no fim da manhã, em meio a uma piora da percepção sobre a situação fiscal brasileira. Circularam pelas mesas de operadores rumores de que o governo Lula estaria estudando a possibilidade de um programa federal para implementar tarifa zero em transporte coletivo de passageiros em todo o Brasil.

O receio de que iniciativas como essa possam se multiplicar com a proximidade do ano eleitoral, gerando mais gastos para o governo, deu força às taxas dos DIs e ao dólar, pesando sobre o Ibovespa.

Às 12h30, na máxima do dia, o dólar à vista foi cotado em R$ 5,3739 (+0,86%). Perto deste horário as taxas dos DIs também marcaram os picos do dia. Passado estresse, o dólar perdeu força ante o real, mas ainda assim se manteve em alta até o fechamento, em sintonia com o avanço no exterior.

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