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O relatório Moody’s Analytics sobre a América Latina, divulgado nesta quarta-feira (8), apontou que a expectativa para o crescimento do Brasil neste ano é de 2,5% e de 1,8% para 2026. A estimativa para 2025, destoa ligeiramente do último boletim Focus divulgado na segunda-feira (6). Para os analistas consultados pelo Banco Central (BC) o crescimento deve ser de 2,16%.
A pesquisa da Moody’s Analytics aponta que o Brasil está tendo um desempenho melhor do que o esperado neste ano, graças a um mercado de trabalho robusto e ao que eles classificam como “uma moeda forte”, que impulsionaram o consumo privado.
Em relação à previsão de avanço de 1,8% em 2026, o texto cita que a manutenção das restrições monetárias e o ciclo eleitoral devem impactar o investimento, mesmo com o fim do ciclo restritivo, a tendência é que a Selic seja mantida em 15% por um “longo período”, segundo o BC.
América Latina
O relatório destaca que a América Latina mostrou resiliência ao longo de 2025, mesmo com as incertezas causadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos, e pelos desafios internos, com destaque para a inflação e a taxa de juros. A tendência é que a região tenha um Produto Interno Bruto (PIB) de 2,3%. O número, no entanto, é visto pela Moody’s Analytics como abaixo do potencial
Segundo a agência de classificação de riscos, a partir deste mês, não só o Brasil, mas toda a América Latina entra em uma temporada eleitoral, o que deve influenciar consideravelmente os rumos econômicos da região. Argentina (outubro) e Chile (novembro) abrem o período.
Na mesma toada do Brasil, toda a região deve ter um recuo no PIB em 2026. A tendência é que a região avance 2% em seu crescimento econômico. Para a agência de classificação de riscos, as incertezas tendem a continuar sendo um desafio adicional aos países latinos, sobretudo para o México, que tem os EUA como seu principal aliado comercial.
Os vizinhos
A Moody’s Analytics afirma que a economia argentina sofreu uma deterioração com a corrida cambial. O peso perdeu valor rapidamente, após o governo de Javir Milei suspender os controles de capital. A iniciativa levou a um aumento considerável nas taxas de juros, o prejudicou o consumo e o fluxo de investimentos. Apesar disso, a agência projeta um crescimento de 4,5% neste ano e de 3,6% em 2026.
No âmbito político, Milei não deve ter a maioria simples no Congresso, nas eleições de outubro, já que as pesquisas apontam que a coalização peronista está na frente. “Com isso, o presidente argentino deve ter dificuldade para avançar a sua agenda econômica ao longo de seu segundo mandato”, observa o relatório, que levanta a possibilidade de que o mercado desacredite na continuidades das reformas fiscais.
No Chile, o avanço econômico desacelerado, combinado com o mercado de trabalho enfraquecido e a deterioração da segunda pública, vêm frustrando os eleitores e isso deve fundamentar as campanhas presidenciais, cujos candidatos destoam sobre como aquecer a economia chilena. “O cenário favorecerá coalizações da direita, que deve controlar a presidência quanto a Câmara dos Deputados, o que traz riscos positivos para as perspectivas de finanças públicas e do investimento público”, acreditam os analistas.
A projeção para o PIB chileno é de que chegue a 2,5%, por conta da alta do cobre e da política monetária mais flexível. Em 2026, ele tende a desacelerar para 2%.
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