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Os Estados Unidos e a União Europeia (UE) firmaram acordo comercial nesta quinta-feira (21), após estabelecerem, em julho, que o país da América cobre uma taxa de importação de 15% sobre itens vindos do bloco econômico. Em uma declaração conjunta de três páginas e meia, os dois lados listaram os compromissos assumidos, incluindo a promessa da UE de eliminar as tarifas sobre todos os produtos industriais dos EUA e de fornecer acesso preferencial ao mercado para uma ampla gama de frutos do mar e produtos agrícolas americanos.
Da parte de Washington, serão adotadas medidas para reduzir as atuais taxas de 27,5% sobre carros e peças automotivas — um enorme fardo para as montadoras europeias — uma vez que Bruxelas apresentar a legislação necessária para promulgar os cortes tarifários prometidos sobre os produtos americanos.
O acordo
A declaração conjunta informou que o acordo pode ser expandido ao longo do tempo para cobrir áreas adicionais e melhorar ainda mais o acesso ao mercado. Além disso, apontou que a redução tarifária dos EUA sobre automóveis e autopeças entrará em vigor no primeiro dia do mês em que a UE introduzir a legislação, oferecendo a perspectiva de alívio retroativo para as montadoras. Não ficou imediatamente claro quando Bruxelas iniciará o processo legislativo.
De acordo autoridade sênior do governo dos EUA, falando sob condição de anonimato porque não estava autorizada a declarar publicamente, disse que as montadoras europeias poderiam ver alívio das atuais tarifas dos EUA dentro de “semanas”. Ainda segundo ela, a declaração conjunta foi “uma jogada para responsabilizar um ao outro” e garantir que ambos os lados cumpram as promessas anunciadas no mês passado.
“Estamos tentando fazer uma sequência com a União Europeia para garantir que eles sintam pressão suficiente, a ponto de iniciar o processo legislativo para reduzir suas tarifas, conforme prometeram”, disse a autoridade. “Estamos confiantes de que eles farão isso. É bom que todas as partes se certifiquem de que todos estejam na mesma página e tomem medidas ao mesmo tempo”, completou.
O documento ainda observou que os EUA concordaram em aplicar apenas tarifas de Nação Mais Favorecida a partir de 1º de setembro sobre aeronaves e peças da UE, produtos farmacêuticos genéricos e ingredientes, precursores químicos e recursos naturais indisponíveis, incluindo cortiça.
Também reiterou a intenção da UE de adquirir US$ 750 bilhões (R$ 4,09 trilhões) em gás natural liquefeito (GNL), petróleo e produtos de energia nuclear dos EUA, além de US$ 40 bilhões (R$ 218,8 bilhões) adicionais em chips de inteligência artificial fabricados nos EUA.
Ainda repetiu a intenção de que as empresas do bloco invistam mais US$ 600 bilhões (R$ 3,28 trilhões) em setores estratégicos dos EUA até 2028. Ambos os lados se comprometeram a abordar “barreiras comerciais digitais injustificadas”, segundo a declaração, e a UE concordou em não adotar taxas de uso de rede.
Eles também esbtaleceram regras de origem para garantir que os benefícios do acordo sejam predominantemente acumulados para ambos os parceiros comerciais.
Além disso, as partes disseram que avaliarão a cooperação para proteger seus respectivos mercados de aço e alumínio contra o excesso de capacidade, garantindo ao mesmo tempo cadeias de oferta seguras entre si, inclusive por meio de cotas tarifárias.
O presidente dos EUA, Donald Trump, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciaram o acordo em 27 de julho no luxuoso campo de golfe de Trump em Turnberry, na Escócia, após uma reunião de uma hora que se seguiu a meses de negociações. Ambos elogiaram seu acordo comercial como uma conquista histórica.
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