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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda-feira (29) que vai taxar em 100% as produções cinematográficas produzidas no exterior. A medida, sem precedentes, ameaça acabar com o modelo de negócios global de Hollywood. Um dos impactos foi o de que as ações da Netflix caíram 1,5% no início do pregão.
“Nosso negócio de produção cinematográfica foi roubado dos Estados Unidos da América por outros países, assim como roubar “doce de criança”. A Califórnia, com seu governador fraco e incompetente, foi particularmente atingida”, escreveu Trump em sua rede social, a Truth Social.
O governador do Estado onde fica o distrito de Hollowood, o democrata Gavin Newson, é um dos desafetos do republicano.
A medida sinaliza a disposição de Trump de estender as políticas comerciais protecionistas aos setores culturais, aumentando a incerteza para os estúdios que dependem muito da receita de bilheteria internacional e das coproduções internacionais.
A postagem feita por Trump em sua rede social não indica qual é a base legal para impor a tarifas de 100%. Até por volta das 14h, não havia sido publicado o ato presidencial, que referenda e detalha como isso será feito.
Procurada pela Reuters, a Casa Branca não respondeu imediatamente a um pedido de comentário da Reuters sobre como as tarifas seriam implementadas. A Warner Bros Discovery, a Comcast, a Paramount Skydance e a Netflix também não responderam imediatamente às solicitações.
Anúncio prévio
O presidente apresentou pela primeira vez a ideia de uma tarifa sobre filmes em maio, mas ofereceu poucos detalhes, deixando os executivos do setor de entretenimento sem saber se ela se aplicaria a países específicos ou a todas as importações.
Executivos de estúdios disseram à Reuters no início deste ano que estavam “perplexos” com a forma como uma tarifa sobre filmes poderia ser aplicada, uma vez que os filmes modernos geralmente usam produção, financiamento, pós-produção e efeitos visuais espalhados por vários países.
A medida atraiu o ceticismo de analistas jurídicos e comerciais. Alguns argumentam que os filmes são uma forma de propriedade intelectual e fazem parte do comércio global de serviços, uma área em que os EUA costumam ser superavitários, o que levanta questões sobre a base legal para as tarifas.
As coproduções com estúdios estrangeiros também se tornaram mais comuns, aumentando as dúvidas sobre como esses filmes seriam classificados.
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