Forbes, a mais conceituada revista de negócios e economia do mundo.
O Banco Central da Argentina anunciou nesta segunda-feira (20) ter assinado um acordo de estabilização cambial com o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, no valor de até US$ 20 bilhões (R$ 107,4 bilhões). Até a conclusão desse texto, o Tesouro americano não havia confirmado o acordo.
Em nota, o BC argentino informou que o objetivo do acordo é o de “contribuir para a estabilidade macroeconômica da Argentina, com ênfase especial na preservação da estabilidade de preços e na promoção de um crescimento econômico sustentável.”
O trato é o de realizar operações bilaterais de swap de moedas entre as duas partes. “Essas operações permitirão ao BCRA [Banco Central Argentino] ampliar o conjunto de instrumentos disponíveis de política monetária e cambial, incluindo o fortalecimento da liquidez de suas reservas internacionais”, diz o texto.
Críticas e situação argentina
A possibilidade do acordo recebeu críticas da senadora Elizabeth Warren, de Massachusetts, integrante sênior do Comitê de Bancos, Habitação e Assuntos Urbanos do Senado.
Em carta enviada ao secretário do Tesouro, Scott Bessent, ela disse estar preocupada com os planos do governo de Donald Trump de socorrer a Argentina, em meio à paralisação do governo americano. Ela é autora da Lei de Não Resgate à Argentina , que proibiria o governo Trump de socorrer os mercados financeiros e os investidores ricos da Argentina.
A crítica se dá porque, em seu entendimento, a transação beneficia “grandes gestores de fundos”. “O presidente Trump não parece estar interessado em abordar significativamente nenhum dos problemas urgentes do país. Em vez disso, durante uma paralisação do governo, seu governo está trabalhando para facilitar o investimento privado em um país estrangeiro, às custas da economia dos Estados Unidos”, diz a senadora.
Conforme revelou a Forbes Brasil, o acordo bilionário firmado entre Javier Milei e Donald Trump representa mais do que um gesto diplomático: é uma tentativa concreta de estabilizar a combalida economia argentina com o apoio direto de Washington.
O anúncio, feito no dia 22 de setembro, reforçou o papel dos Estados Unidos como principal fiador das reformas econômicas de Milei. A promessa de que “todas as opções estão na mesa” para ajudar a Argentina teve efeito imediato no mercado, quando anunciado. No mesmo dia, o peso se valorizou, as ações argentinas negociadas em Nova York subiram e os títulos internacionais tiveram alta, refletindo uma onda de otimismo entre investidores sobre a possibilidade de estabilização cambial.
Ainda assim, o entusiasmo pode ter prazo curto. Especialistas apontam que o sucesso do novo swap cambial de US$ 20 bilhões depende da capacidade do governo argentino em implementar reformas estruturais e manter apoio político interno. O acordo, segundo analistas, tem efeito mais simbólico do que estrutural, confere fôlego ao peso e evita rupturas imediatas, mas não resolve os desequilíbrios de fundo da economia.
A percepção é de que o apoio americano funciona como um voto de confiança, mas também como um teste à credibilidade de Milei. Caso o presidente perca sustentação no Congresso ou enfrente protestos contra a austeridade, o efeito positivo do aporte pode se dissipar rapidamente, reacendendo as dúvidas históricas sobre a resiliência econômica e política da Argentina.
O post Banco Central da Argentina Fecha Acordo de US$ 20 Bilhões com Tesouro dos EUA apareceu primeiro em Forbes Brasil.