Apesar de Recordes, Mercado se Divide sobre Projeções para Nasdaq e S&P 500 Neste Ano

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As expectativas em torno dos balanços das maiores empresas do mundo impulsionaram o S&P 500 e o Nasdaq a novas máximas históricas na segunda-feira (21), marcando mais um recorde para os dois índices nas últimas semanas. O primeiro subiu mais de 0,6%, alcançando uma máxima intradiária de 6.336 pontos, enquanto o Nasdaq avançou até 0,8%, chegando a 21.077 pontos.

Esses índices vêm registrando recordes nos últimos meses, após as tarifas amplas propostas pelo presidente americano, Donald Trump, derrubarem ambos. Nasdaq e S&P 500 têm se beneficiado do crescimento das empresas voltadas para a inteligência artificial, como a Nvidia, que atingiu um preço recorde de suas ações no início deste mês e se tornou a primeira empresa a alcançar um valor de mercado de US$ 4 trilhões (R$ 22,32 trilhões).

O otimismo dos investidores também foi sustentado por dados econômicos recentes, como os lucros do segundo trimestre, vendas no varejo e pedidos de auxílio-desemprego — todos acima das expectativas dos analistas. A confiança do consumidor também subiu para o maior nível em cinco meses em julho, com os consumidores demonstrando menos preocupação com a inflação, apesar de ela ter subido acima das estimativas, atingindo 2,7% em junho.

Análises opostas

Há quem alerte que o otimismo do mercado pode não durar muito, enquanto outros acreditam que as empresas de inteligência artificial ainda podem dar mais força ao rali. O Goldman Sachs, por exemplo, afirmou em um relatório no início do mês que o S&P 500 deve subir mais 4% e atingir cerca de 6,6 mil pontos até o fim do ano — projeção ligeiramente acima da estimativa de alta de 2,5%, para 6,5 mil pontos, feita por analistas do Morgan Stanley.

Christopher Harvey, estrategista-chefe de ações americanas da Wells Fargo Securities, também está entre os otimistas e pode ser o que tem a projeção mais positiva. Em entrevista à Bloomberg, ele afirmou que o S&P 500 pode terminar o ano em 7.007 pontos — uma alta de 11% em relação ao fechamento da última sexta-feira (18), cuja pontuação ficou pouco abaixo de 6,3 mil pontos — impulsionado por uma “tendência secular real em IA que continuará”.

“O S&P não é o mesmo de 25 anos atrás”, disse Harvey. “Ele está muito mais forte, os fundamentos são muito melhores hoje do que naquela época.” Segundo o analista, as ações que compõem o índice — incluindo membros das “Sete Magníficas” como Nvidia, Microsoft, Amazon, Apple e Meta — são “mais voltadas ao crescimento, mais tecnológicas” e apresentam ganhos em produtividade e gestão.

Harvey acredita que as ações de tecnologia continuarão impulsionando o índice à medida que mais empresas divulgarem os resultados do segundo trimestre. Ele também disse que espera que o mercado suporte as ameaças de tarifas feitas pelo presidente americano, Donald Trump, já que ele provavelmente recuará das propostas mais duras: “já vimos o Trump 1.0”, disse Harvey. “Sabemos como ele age — vai ao extremo e depois volta atrás.”

Em contrapartida, economistas do JPMorgan Chase projetam uma queda de 5,3%, com o S&P 500 chegando perto de 6 mil pontos. O estrategista-chefe de ações da Evercore ISI, Julian Emanuel, vê um recuo ainda maior, de até 15% nos próximos meses, terminando o ano perto de 5.600 pontos. Ele explicou que o recente mercado em alta contou com um “período de intenso FOMO por parte dos investidores” e argumentou que as ações já “precificaram excessivamente a possibilidade de boas notícias contínuas”. Segundo ele, qualquer “boa notícia sobre tarifas” ou dados econômicos positivos, como vendas no varejo acima do esperado, já teria sido incorporada aos preços.

Na média, os analistas têm a expectativa de que o índice suba 5,4% até o final do ano, segundo levantamento do FactSet, com isso, o S&P 500 acumularia 6.678 pontos. A relação preço/lucro projetada para os próximos 12 meses do S&P está em 22,2, acima da média dos últimos cinco anos (19,9) e da média dos últimos dez anos (18,4), segundo a FactSet. Essa relação — que divide o preço da ação pelo lucro por ação da empresa — é um indicativo do otimismo dos investidores, que pagam mais por um papel esperando maiores lucros. De acordo com a Charles Schwab, a média histórica gira entre 16 e 20, o que indica que uma relação de 22,2 pode sinalizar uma leve sobrevalorização das ações.

Expectativas com balanços

Alphabet e Tesla serão as primeiras das “Sete Magníficas” a divulgar os resultados do segundo trimestre, com os balanços saindo após o fechamento do mercado na quarta-feira (23). A expectativa é que a a primeira registre uma receita pouco acima de US$ 93,9 bilhões (R$ 524,96 bilhões), enquanto analistas projetam receita de US$ 22,4 bilhões (R$ 125,03 bilhões) para a segunda, de acordo com um consenso da Dow Jones.

As “Magnificent 7” devem reforçar a tendência de lucros acima do esperado por parte das empresas do S&P 500, conforme projeções das últimas semanas: até sexta, 83% das companhias que divulgaram balanços do segundo trimestre registraram lucros quase 8% acima das estimativas. A expectativa é que essas sete empresas apresentem crescimento de lucros de 14% no segundo trimestre, enquanto as outras 493 empresas do S&P devem ter alta de apenas 3,5%, segundo a FactSet. Na segunda-feira, os papéis da Tesla e da Nvidia ficaram das outras companhias que compõem o grupo, com quedas de 0,3% e 0,1%, respectivamente.

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